Numa segunda-feira, João
viajou para a cidade de Palmares, pois o haviam chamado para trabalhar numa
máquina abrindo estradas. Ao chegar na cidade, viu que a casa em que ia ficar
alojado era muito antiga e estava caindo aos pedaços.
Quando entrou na casa com
seus colegas, João viu dois quadros na parede. O primeiro era de um fazendeiro
que, pela sua cara, parecia ser muito bravo. Já o segundo, era de uma fazenda e
nela, havia muitas pessoas negras que parecia ser escravos.
Ao anoitecer, todos
tomaram banho, jantaram e foram dormir, pois estavam muito cansados. Durante a
madrugada, João acordou assustado com um barulho estranho, como se fossem
correntes de ferro sendo arrastadas pelo chão.
--- Quem está aí? ---
Perguntou João, trêmulo.
Ninguém o respondeu. Foi
então que ele levantou-se e foi verificar o que estava acontecendo. Chegando a
sala, não viu nada e foi até a cozinha. Quando lá chegou, olhou para o lado...
o fogão estava com as quatro bocas acesas. Ele se arrepiou todo na hora, mas
tomou coragem, apagou as chamas e foi dormir.
Quando amanheceu, João
acordou seu amigo e arrumaram-se para o trabalho.
--- Você ouviu algum
barulho ontem de madrugada? --- Quis saber João.
--- Não, pois eu estava
com muito sono. O que foi que aconteceu?
--- É que eu me acordei
assustado, pois estava ouvindo barulhos estranhos.
João estava muito curioso
e perguntou à mulher que estava lá, logo cedo, para fazer a limpeza da casa:
--- A senhora conhece essa
casa há muito tempo?
--- Conheço sim.
Antigamente moravam aqui um fazendeiro e lá fora, do lado da casa, uma senzala
onde ficavam os escravos que trabalhavam pra ele.
Foi então que João pegou
sua mala e decidiu sair logo daquela casa para voltar à sua cidade. Na saída,
olhou para a mulher da limpeza que estava de costas, limpando o corredor e viu
em seus tornozelos, marcas de correntes.
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